quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Rendida...

Hoje a Rosarinho estava no seu ginásio pessoal. Com tanto espernear, saltou, pela centésima vez, a botinha que tinha calçada. Deixei outra vez que estava a fazer e já a rir, porque sempre adoro ver aquela energia toda, fui calçar a dita botinha. Comecei a minha lenga-lenga do costume logo que me aproximei dela ("ó Bolinha, lá se foi a bota outra vez" e mais meia dúzia de disparates que se apreendem a dizer num àpice). Desmanchou-se num sorriso imenso quando me viu... já não saí do pé dela! :)

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Vacinas. Medo, muito medo!...

Dia de vacinas. não são exacamente as primeiras vacinas da Bolinha, já que ainda no hospital, logo no primeiro dia teve a vacinação da BCG e hepatite B.
Mas essas não contaram. Eu ainda estava em estado de "choque" (do choque bom, claro! ou seja estava lá nas nuvens e nada me fazia impressão) e a Bolinha foi uma heroína, nem chorou.
Mas hoje lá a tivemos que levar para um verdadeiro cocktail molotov de vírus e afins... Duas picadas que a vacinaram para a DTPa, Hib, VIP, Td, VHB, Menc e HPV. Tradução? Difteria, Tétano, tosse convulsa, doenças causadas por Haemophilus Influenzae b e poliomielite. Porque ainda não é muito já se vacinou também contra o rotavírus! Isto é, simplificando, gastroentrites. Pelo menos esta foi oral, não foi preciso recorrer outra vez à malfadada seringa...
Claro que a Rosarinho foi na maior, munida de toda as vantagens da inocência, e a mim que me cabe a "adultice", fui receosa e estou apreensiva até agora. É um disparate, claro, mas é muito vírus num corpo tão pequenino...
A Rosarinho foi uma verdadeira puma (esta explico noutro post). Foi a dormir e voltou a dormir. Chorou, como é de direito, apenas quando levou as injecções, mas nada que um pouco de glicose na chucha não tenha resolvido com rapidez. Já eu nem olhei para as seringas. O pai olhou, puma também, e pelo que disse as ditas não eram assim tão pequenas.
Foram 20 minutos a aguardar que não houvesse um choque anafilático ou qualquer reacção alérgica e agora são dois/três dias a aguardar os efeitos secundários... Febre, irritabilidade, calor ou dor. Gelo para as pernas, onde levou as injecções e benurons para qualquer efeito.
Eu é que estou aqui a mariquinhas, eu sei... Bolinha, ainda bem que ainda não percebes, que vergonha...

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Não foi nem de propósito que hoje estivemos a rever as filmagens da Bolinha desde que ela nasceu... E que hoje percebi verdadeiramente o que se passa com um recém-nascido. Não é só o ser pequeno e frágil, e dependente de nós. O que os torna diferentes, e a nós, é o facto de nascerem assustados. não é bonito, mas é verdade... Tudo é novo, e diferente. De um meio líquido, passam para um ambiente gasoso, da quase ausência de som, para uma cacafonia, da luz ténue, para a agressividade dos candeeiros e néons que proliferam logo no hospital, da temperatura ideal, para o frio e para o calor. E é aqui que o instinto age, porque eles nada percebem, e, então, logo procuram o único som que conhecem, o bater do coração da mãe, e se enroscam no nosso peito, sobre o lado esquerdo, com o ouvido encostado. E choram porque é a única maneira que têm de tentar comunicar connosco.
E é tão bom estar lá nesse momento e dar aquilo que eles mais precisam, colo e muito mimo... Alimentados e aconchegados é o mimo que os aquece, que os acalma.
Hoje soube de uma história que me chocou... Uma gravidez escondida até ao fim do tempo. Um bebé que nasceu numa casa de banho. Uma mão divina que fez aparecer alguém antes que o pior acontecesse. Mas uma mãe que rejeita o filho... Que diz que não o quer. E eu penso que naquele bebé, sozinho, assustado, e que não encontra naquele colo o conforto que tanto precisa.
O pior é que esta não é uma história longínqua... é uma história real e próxima...

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Dodots "talla" 2

Foi anteontem que tive que me render às evidências. Num misto de nostalgia e orgulho abdiquei das fraldas "talla"1 de recém-nascisdo e passei ao pacote "talla"2. Fraldas maiores em que até o desenho do elefante na frente da fralda tem um aspecto mais crescido... Fazer o quê? A minha bebé já não é um recém-nascido!
Estava ainda em fase de negação que, diga-se, começou logo na 3a semana quando os primeiros babygrows tiveram que ser colocados, lavados e bem dobrados, com aquele cheirinho a bebé, numa arca branca, de palhinha, à espera de uma outra opotunidade para serem usados.
Desde então tem sido um acumular de bodys, calcinhas, pijamas e afins, todos muito rosa suave, beje, brancos e mimosos, na respectiva arca.
A Rosarinho já encaixa na banheira, toda ergonómica e tal.
A Rosarinho, ontem, já deixou as inúmeras variantes do som "ahhh" e olhou para mim e "disse" muito convicta: "pu"!
Foi logo nas primeiras duas semanas de vida que muitos me diziam para aproveitar bem, que esta fase passa tão rápido e que cedo chegam as saudades.
Achei então que compreendia mas percebo agora que não apreendi todo o alcance do que me parecia, de algum modo, "clichés", sentidos e bem intencionados, mas clichés.
Achei que essa sensação demorava mais a aparecer, que os bebés se mantêem durante muito tempo bebés.
Mas percebo agora que, ao mês e 22 dias, já algumas fases passaram. E aquela fragilidade total dos primeiros dias, aquele desconhecimento e choque com o mundo que um recém-nascido traz, já ficou um pouco lá atrás no tempo recente.
O primeiro mês foi uma época algo nebulosa, sinto que passei a maior parte do tempo de olhos semi-cerrados. Tanto metaforicamente, porque a inexperiência era total e tudo fiz apoiada no instinto, a que alguns chamam bom-senso, como literalmente, os olhos fechados de sono e-barra-ou, de choro.
Acho que por isso lamento passar à "talla 2"... O que lamento verdadeiramente, este pózinho de nostalgia que fica por trás do imenso orgulho reside apenas e tão-só num querer impossível de voltar o tempo um pouco atrás e revivê-lo com um pouco mais da calma adquirida...

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A Ervilha Rosarinho

Já aqui "anda" a ervilha Rosarinho. Um mês e doze dias depois. Por vezes ainda não parece real, mas este sentimento transbordante tem agora rosto. Um rosto redondo, bolachudo, uma Bolinha! :) Porque cada dia é memorável e a memória tantas vezes nos trai, resolvi pegar neste blog, que não chegou a ser um diário de barriga, e fazer dele um caminhar mais atento da minha Bolinha.
Perdoem os que o lêem a falta de originalidade do intuito deste blog, que não se irá, certamente, afastar de outros tantos que são arcas de desabafos maternos. Mas esta será a minha arca, a arca da minha Bolinha, onde posso já guardar tantas memórias como roupinhas que ela já "pos a um canto". Para mim, já não tem igual...