sábado, 29 de maio de 2010

5 meses

5 meses e um novo ciclo.
Terminou a minha licença e não, não estava cheia de vontade de voltar a trabalhar... Não, não sinto que vou para o trabalho descansar. Não, não me sabe bem. Na verdade o "status quo" adquirido estava perfeito. Sentia-me em perfeita consonância com a Bolinha, uma verdadeira delícia para acompanhar todos os dias, levar para todo o lado e rir, rir. Com ela. O que me custa e o que me puxa a lagrimazita é a imposição de um fim de ciclo. Não sei se alguma vez mais voltarei a ter a mesma disponibilidade para ela e para tudo o que precisa. Saber que se "esta lá" é tão bom... Agora o meu trabalho é garantir quem "lá" esteja.
Sair de casa a correr e voltar para casa a correr. Saber as novidades por telefone. Ainda que eu seja privilegiada, tenha um horário mais ou menos flexível e para já possa deixar a Bolinha com a minha mãe, bla, bla, bla, e "tens muita sorte"... O fim de ciclo custa! Realidade. Apercebo-me de como tudo passou tão rápido e tenho medo de me esquecer de coisas, de como ela dormia de mãos para cima e fechadas, junto à cara, quando ainda não tinha um mês. De como chucha a dormir e me faz rir. Da primeira careta à papa. De como lutámos (e vencemos) com a amamentação. Da mão pequena, maciiiiiiaaa, que fazia festinhas no meu peito. Do dente que apareceu aos 4 meses e meio. Do medo de sair à rua não fosse desatar num pranto... Da primeira gargalhada quando me viu aparecer por trás dos óculos escuros. Tenho medo até de esquecer daquele tamanho pequenino que se enrolava no nosso ombro nos primeiros dias e só aí dormia. E nós não nos mexíamos... durante horas...

quinta-feira, 20 de maio de 2010

quinta-feira, 6 de maio de 2010

...e o depois das papas.

Demos então início às sopas.
1ª sopa, a 5 de Maio, 4 meses e meio. Uma sopa de cenoura, batata e cebola, muito cremosa e o mais doce possível e uma maçã cozida para este primeiro almoço.
Há que dizer que a Rosarinho foi ao engano quando viu o prato e a colher das papas (que agora são o verdadeiro sucesso) e as primeiras duas colheres marcharam... com alguma estranheza, e depois com muuuuitas caretas! E são caretas dignas de se ver! "Oh mãe, ooh mãe... mas o que é istooo?" Entre os trejeitos e rejeitos a sopa foi praticamente toda e, quando eu, orgulhosa, pensei, "agora é que vais gostar de mim, vou te dar uma coisa nova e tãão boa", a minha Bolinha deita toda a colher de maçã para fora! e não houve maneira de a convencer! Maçã é que não; já a sopa ainda vai... Vá-se lá perceber as crianças :)
2º dia, 2ª tentativa e o mesmo registo a sopa lá vai com cara de protesto, mas a fruta, hoje pêra para experimentar, isso é que não! Amanhã logo veremos...

Mas mais do que as sopas e as papas desta vida, o que hoje me ocupa o pensar e o divagar é ter que começar a ver o prazo desta etapa. Dia 24 volto a trabalhar e já não passo o dia com ela. Já sei que até me vai saber muito bem e que vou ter muitas compensações e que até faz muito bem voltar a por os neurónios activos e descentrar o meu universo mas custa pensar que o nosso tempo vai agora ser limitado, condicionado. E que não vou estar aqui perto, a assistir de plateia às próximas caretas ou gargalhadas cada vez que houver coisas novas para ela descobrir. Este papel de agente vai agora ser, não partilhado que tal não me incomoda, mas dividido. E isso custa sempre um bocadinho...