terça-feira, 13 de julho de 2010

Wonder-woman...

Há uma altura do dia em que queria ter super-poderes.
É à noite, no fim do último biberon da Rosarinho. Estou com ela nos nos braços e o quarto envolto numa penumbra apenas quebrada por uma suave luz de presença, que alonga as formas dos bonecos e da mobília. Há o silêncio e o sono é profundo... Então, queria nunca ter sono, e cansaço, e ficar ali toda a noite, naquele sofá, com a minha Bolinha a dormir naquilo que se chama o regaço...

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Que grande 31...

10 de Julho, 31 anos. Os meus.
Sempre gostei dos aniversários. Na verdade, depois de passada a infância e chegada àquela fase nebulosa e agridoce da adolescência, em geral gostava mais dos aniversários dos outros do que dos meus. Ou pelo menos eu achava que sim.. Que o meus anos eram um depósito de ilusões ou de expectativas de diversão que, em regra, dado o tamanho das ditas, não se concretizavam, era certo. E isso estragava qualquer dia...
Com a idade (expressão que agora já me permito usar, passados os orgulhosos trinta) passou apenas a ser um dia gostoso! O gosto de ser mimada, o gosto de receber as chamadas de amigos com quem não se tem tido a oportunidade de falar, o gosto de estar com a família, o gosto de ter o pretexto de juntar os amigos de sempre.
Obviedades à parte, este ano, claro que o gosto foi especial! Com a Rosarinho, este ano, senti-me ainda mais nos meus pés. Senti os meus anos como se fossem os dela. Senti-me cheia de presentes!... Verdade-verdadinha, encheram-me mesmo de presentes. O maridão (ou esposo, ou "o meu homem", como se prefira!...) foi o meu galanteador e encheu-me literalmente de presentes, daqueles que toda a mulher adora. A minha baby-bolinha-Rosarinho, ofereceu o terceiro dente, que surgiu destemido a querer romper a uma gengiva teimosa. Obrigada, gorda!!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Primeiras coisas...

Primeiro ano, primeiro tudo...
Os dias correm e enchem-se agora de tudo o que é novo.

Novo para a Bolinha que vive num mundo de descobertas. Os olhos brilham, os braços esticam e as mãozinhas abrem e fecham para tudo o que entra no campo visual. O que não entra pelos olhos, mas atende aos ouvidos, é um outro fascínio. Procura a origem do som, os olhos espantam-se e sorri ao de leve a perscrutar o que a rodeia. Atenta à televisão, o canal panda já origina preferências mas não há como um jogo de futebol para prender a atenção!... Arranha tudo onde pode tocar, toca em tudo o que alcança e quando não alcança algo bate como punho fechado na superfície mais próxima com um ar zangado.
Bate com os pés... Bate os pés constantemente e não há maior sinal de contentamento ou excitação por algo ou alguém!
Bate com os pés quando anda rua e todo o carrinho abana! Quando o almoço lhe está a saber mesmo bem, também! Mas neste capítulo as preferências vão para o iogurte do lanche...
Mas tudo isto já não são "primeiros-nada". Tudo isto são o dia-a-dia desta bebé fantástica!
Primeiros-primeiros foram os braços esticados que anteontem imploraram colo no meio da primeira doença, atravessando a primeira febre. A ternura naquele olhar, o pedido de carinho, o desconhecimento daquele desconforto não se descreve. Sente-se e vive-se, pega-se no colo e embala-se, canta-se uma canção que ela ainda não percebe, mas reconhece... Reza-se para que passe depressa ou que nos doa a nós, fica-se em vigília pela noite fora, só para trazer algum alívio, com um carinho, com uma chucha, com qualquer coisa...
Não se esquece a primeira vez que o coração fica mais pequenino? Mentira. Não se esquece nenhuma vez que o coração fica mais pequenino...